Dumbo, açucareiro, morcego, fusca de portas abertas… Por mais preparo psicológico que uma pessoa tenha, não é fácil conviver com apelidos desse tipo, que geralmente condecoram quem tem orelhas de abano, um distúrbio caracterizado pelo aumento do ângulo entre a orelha e o crânio. A medida considerada normal varia entre 30 e 45 graus, ou seja, um espaço de até dois centímetros de abertura visto de trás. No entanto, pode ocorrer o apagamento da dobra mais externa da orelha (chamada de anti-hélice), o que produz, com isso, uma abertura maior da parte superior. Cerca de 5% das pessoas apresentam a anomalia, que ocorre mais freqüentemente em meninas.
Não se sabe qual é a origem do problema, mas é possível afirmar que, nem a posição do feto no útero, nem qualquer dificuldade na hora do parto são responsáveis. Tratase de uma malformação hereditária, em geral com vários casos na mesma família e todos parecidos.As orelhas proeminentes não costumam causar qualquer transtorno às crianças de até cinco ou seis anos. A partir dessa idade começa a pegar. Os comentários dos coleguinhas, por exemplo, passam a ter um peso maior e as brincadeiras de mau gosto com relação às orelhas se tornam mais cruéis, chegando a comprometer o bem-estar da criança. As chacotas, para se ter idéia, podem ser devastadoras a ponto de provocar profundas alterações psicológicas e sociais em crianças.Watch Full Movie Online Streaming Online and Download
O problema, detectado já no nascimento, incomoda primeiro os pais. Alguns, inclusive, acabam submetendo o filho à ‘tortura’ de ficar, dia e noite, com uma touca ou esparadrapos colados à cabeça. Segundo os especialistas, não resolve nada, já que a orelha possui estrutura elástica. Mesmo depois de muito tempo dobrada em um sentido, ao ser solta, ela volta à posição natural.
A maneira mais indicada para minimizar a anomalia é mesmo a otoplastia, uma cirurgia plástica simples, rápida e que apresenta excelentes resultados. Geralmente ela é realizada entre os 7 e os 14 anos de idade, quando as orelhas já atingiram o tamanho definitivo.
Adultos também podem se submeter à operação mas, por possuírem cartilagens mais rígidas, em 15% dos casos há riscos do problema voltar. Porém ela pode ser refeita.
Infelizmente, por ser considerada uma cirurgia estética, nem os planos de saúde particulares, nem o Sistema Único de Saúde (SUS) custeiam a operação, o que deveria ser revisto uma vez que além de ser uma imperfeição ainda causa inúmeros problemas psicológicos que influenciam na vida da pessoa.
Até a próxima,
Pedro Faveret